Capitão da Mata

Eu desenhei o Capitão do Mato em um momento em que senti que estava passando por um período em que as coisas não estavam acontecendo.
Senti como se estivesse parado no tempo, como se a vida acontecesse ao meu redor, mas eu permanecesse ali, como um tronco caído, como parte da paisagem, como algo que hibernava.
A borboleta Capitão do Mato é muito comum na América do Sul, e o Brasil faz parte de sua rota. No desenho, mostro o ciclo de vida completo da borboleta acontecendo ao meu redor. Ela coloca seus ovos, que se tornam lagartas, depois, em suas crisálidas, passam por metamorfose e se tornam borboletas, retornando para colocar ovos.
O personagem no centro do desenho permanece ali imóvel, incapaz de ver algo diferente da imobilidade, apenas vislumbrando sua própria metamorfose, que é representada pelo terceiro olho aberto.